Saudações a todos !
Mediunidade
O “pilar” das Religiões
Espiritualistas está na Mediunidade, porque é através dos vários tipos de
fenômenos mediúnicos existentes que as mensagens, ensinamentos e trabalhos de
cura e aperfeiçoamento espiritual acontecem...
Antes de discorrermos sobre o tema,
o que acontecerá de maneira simples e objetiva, inicialmente, abordaremos
alguns pontos que ficam no imaginário popular, por exemplo, a “santificação
dos médiuns”, como se de alguma maneira pessoas que possuem a faculdade
de incorporação ou quaisquer outras, fossem altamente extraordinários e
possuidores de poderes e capacidades superiores... Pensar desta maneira é um
grande equívoco, porque, médium seja qual for sua especialidade é primeiramente
um ser humano como outro qualquer, passível de sentimentos bons e ruins, de
ações boas e ruins ou condutas morais elevadas ou não, o livre arbítrio dessas
pessoas deve também ser respeitado e entendido, para não termos admiração pelo
dispensável.
A educação mediúnica, religiosa e
filosófica para aqueles que fazem parte de correntes ou grupos que realizam
trabalhos caritativos é uma obrigação ou deveria ser, pois, a seriedade das
ações tem que ser levadas em consideração. Essas pessoas também orientam e
dirigem outras, quando não estão incorporadas ou por qualquer outro tipo de
trabalho que realizam. A “educação” não é privilégio ou dever de médiuns
apenas, deve ser incentivada e disseminada em todos os meios espiritualistas, para que aos poucos mesmo que de forma
acanhada, possamos enxergar com mais clareza o que nos acontece e as mensagens
que recebemos possam de alguma maneira fazer-nos iniciar uma mudança positiva
em relação á vida, além de promover uma consciência coletiva voltada ao
entendimento global dos movimentos espiritualistas...
O que é Mediunidade?
Uma das obras da codificação de
Allan Kardec, o “Livro dos Médiuns” trata especialmente deste assunto em seus
pormenores, porém para seguirmos com nossos estudos destacamos uma definição
sobre mediunidade bastante simples e de fácil entendimento... ”Mediunidade
é a capacidade que o ser humano possui de intermediação ou comunicação entre o
plano material e o plano espiritual”... Partindo desta definição
básica, podemos entender as pessoas que incorporam espíritos, pessoas que são
videntes, pessoas que psicografam entre tantas que podemos listar possuem
faculdades ou especialidades mediúnicas.
Outra questão interessante e que
provavelmente muitas pessoas se perguntam, é sobre se nascemos com a faculdade
de mediunidade desenvolvida ou se adquirimos ela durante nossa vida? Podemos
definir que todos nós de alguma maneira somos médiuns, todos nós algum dia ou
hora já sonhamos ou tivemos pesadelos, intuições, pressentimentos que são
sintomas típicos de “mediação” ou “comunicação” com planos ou seres que não
pertencem mais a matéria física. Esses são “sintomas” comprovam nosso
relacionamento com planos e inteligências de outros planos, então podemos
afirmar por percepções diferenciadas todos somos “Médiuns” desde nosso
nascimento. Acontece que algumas pessoas possuem ou desenvolvem durante sua
vida uma maior sensibilidade, há casos inclusive que esses fenômenos acontecem com
o indivíduo já na primeira fase de sua vida, ou seja, na infância.
Não podemos deixar de entender
também, que Médiuns não são exclusividades das Religiões Espiritualistas, ou
seja, do Espiritismo, da Umbanda, do Candomblé, da Quimbanda entre tantas, Médiuns
e “mediunidades” são fatores em comum para todos os seres humanos do planeta,
outras religiões que não acreditam em tal existência também possuem pessoas que
de alguma maneira são “medianeiros” ou “comunicadores” dos planos
extracorpóreos. Tanto que essa ideia pode ser analisada, por exemplo, nos
evangelhos da Bíblia, quantas passagens citam que profetas ou apóstolos de
Cristo, tiveram uma visão de Anjos ou do próprio Espírito Santo lhes abrindo a
porta do desconhecido e lhes passando mensagens de relação, o próprio Cristo
que em suas caminhadas palestrava e curava enfermos com a “inspiração do Pai
Maior”. Portanto mediunidade pode dar-se em maior ou menor grau
independentemente de raça, credo ou posição política e orientação sexual, são
fenômenos que acontecem e deixam todos os seres em estado de igualdade. As
diferenças estão em quais religiões aceitam tal realidade, e como elas lidam
com seus médiuns.
Quais os tipos de Mediunidade?
Os tipos de mediunidade são bem
variados e em graus de sensibilidade bem distintos, segue a listagem dos tipos
mais conhecidos, a fim de estabelecermos a pesquisa como critério principal
utilizaremos á (Listagem dos tipos de
mediunidade, dos Textos de Estudos do site Umbanda EAD, Curso Virtual –
Teologia de Umbanda):
1. Incorporação:
Também chamada de “psicofonia”, é o ato de dar a passividade para que espíritos
se comuniquem com os demais através de seu corpo e principalmente que possa se
manifestar verbalmente através do médium. É a mediunidade mais comum dentro dos
centros de Umbanda. A grande diferença entre psicofonia e incorporação é que
esta última vai além da “fala mediúnica” para afirmar-se como uma
caracterização total da entidade com a matéria de seu médium. A entidade
incorporada se comporta como se estivesse encarnada no corpo de tal médium.
2. Psicografia:
É a escrita mediúnica, em que os espíritos escrevem através do médium. Que consagrou
o médium Chico Xavier, apesar de ele ter manifestado em vida quase todos os
tipos de mediunidade (com mais de 460 livros psicografados pelos espíritos),
característica dos nossos irmãos Kardecistas e que hoje tem aparecido na
Umbanda através de nosso irmão Rubens Saraceni (mais de 70 livros psicografados
e algo em torno de trinta editados).
3. Pictografia:
Pintura mediúnica. Muito bem apresentada por Gaspareto.
4. Clariaudiência:
audição mediúnica, dom de ouvir a voz dos espíritos.
5. Clarividência: É
a visão mediúnica, quando se vê o “mundo astral”.
6. Vidência:
Visão mediúnica com imagens que se formam mentalmente e que têm algum contexto
com a realidade ou o mundo astral.
7. Inspiração ou irradiação:
quando sutilmente e conscientemente o médium recebe comunicações do
astral.
8.
Desdobramento
ou projeção astral: Ainda conhecido como viagem astral,
é o ato de sair do corpo material com seu corpo perispiritual para realizar
tarefa no astral, a maioria de nós á realizamos naturalmente enquanto dormimos,
tem ainda pequena diferença da projeção mental em que apenas a mente, sem o
invólucro perispiritual, vai até certo local buscar informações e viver certa
experiência. Muito estudada e difundida por nosso irmão Wagner Borges
(www.ippb.org.br), que faz “viagem astral” espontaneamente desde criança e
ensina as pessoas a fazerem também.
Existem outros tipos de
manifestações espirituais através das faculdades mediúnicas do ser humano, que
podem ser estudadas através da literatura disponível, na Umbanda a mais comum
podemos dizer que é a de Incorporação, conforme a própria listagem sugeriu.
Outro aspecto bem relevante a observarmos, como existem várias pessoas que de
alguma maneira não desenvolvem de forma mais incisiva essas possibilidades,
temos aqueles indivíduos que reúnem várias delas manifestadas, tendo em vista
tamanha disposição que esses têm para se afinizar com as orientações. Então o
sujeito pode ser um médium de incorporação, fazer projeção astral, receber
inspirações e possuir clarividência, sem que isso lhe cause algum dano ou
superpoderes.
Conforme mencionado anteriormente,
devemos respeitar o livre-arbítrio das pessoas, e como os médiuns são pessoas
normais, o devido uso de suas faculdades poderá ficar a cargo da própria pessoa
ou do terreiro que ela participa, praticando de forma ética sua mediunidade e
espiritualidade ou deixando-se levar pelas ilusões e falsos poderes que pensam
possuir. Não queremos julgar ninguém com nosso comentário, apenas lembrar que é
comum na literatura psicografada lermos que, Médiuns antes de suas
reencarnações escolheram de alguma maneira contribuir para o auxílio do próximo
através de mediunidade, porém quando chegam á carne, (Reencarnam), não tomam
consciência disso, pois deveriam de alguma forma fazer do trabalho mediúnico
ser uma realidade comprometida com a responsabilidade e ética. Os médiuns de
Umbanda não estão fora desta teoria, por muitas vezes vemos os próprios Guias
falarem algo á respeito disso. A expressão do Caboclo Mirim resume bem este
quadro... ”Umbanda é coisa séria, para
gente séria”, podemos pensar também que...
“Mediunidade é coisa séria, para gente comprometida”...
Na Umbanda, quais os tipos de Mediunidade mais comuns?
Os tipos de mediunidade apresentados
no tópico anterior são alguns dos estudados e codificados pelas obras de Allan
Kardec, essas definições são generalizadas e servem para entendermos seus
conceitos e finalidades. Todas as casas que praticam trabalhos espirituais têm
em seu corpo doutrinário, médiuns e assistentes que munidos de orientações dos
guias e mentores juntamente com estudos sistematizados, realizam os rituais e
atendimentos do público em geral.
Na Umbanda não é diferente, como já
visto anteriormente cada Religião tem sua cultura de ritos e fundamentos.
Geralmente no caso de terreiros e centros Umbandistas, encontramos na maioria
das vezes os seguintes “médiuns”, que constituem um corpo de trabalho,
lembramos que a sequencia abaixo faz parte de nosso entendimento, as
nomenclaturas e definições podem variar conforme cada terreiro ou tenda:
1. Médiuns
de Incorporação ou Cavalos:
São todos aqueles que “incorporam” ou dão passagem para
os Guias Espirituais, em todo terreiro de Umbanda temos que ter pelo menos um,
tendo em vista que manifestações de Preto-Velhos, Caboclos, Exús, Boiadeiros e
outros, dependem dessas pessoas e é ponto principal da Religião. Quando
incorporados por esses espíritos geralmente são chamados de Cavalos, Aparelhos
ou até Filhos. As pessoas que realizam esse trabalho são todas aquelas que têm
essa faculdade desenvolvida geralmente em trabalhos específicos para este fim,
desde o Dirigente Espiritual e fundador da Casa até os mais novos e
recém-chegados. Dedicação e responsabilidade são primordiais nesse trabalho,
sabendo estes do enorme compromisso que assumiram.
2. Cambonos:
Os Cambonos são médiuns de
sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns de incorporação mediúnica,
nos trabalhos de uma Casa
Umbandista, eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma
dedicação e responsabilidade. O Cambono médium de sustentação é aquele
trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho,
mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de
incorporação mediúnica para atendimentos.
Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados e cantando os pontos de Guias e Orixás, além de serem assistentes diretos dos guias nos atendimentos e consultas, pois os servem e ajudam quando necessário.
Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados e cantando os pontos de Guias e Orixás, além de serem assistentes diretos dos guias nos atendimentos e consultas, pois os servem e ajudam quando necessário.
3. Curimbeiros e/ou Ogãns: São os médiuns que através da intuição, dedicação e trabalho
realizam os toques dos atabaques e cantam, ajudando na sustentação energética
dos terreiros, com os pontos cantados para os Guias e Orixás, que são elementos
de ligação com essas entidades, eles ajudam a fortalecer o pensamento coletivo
do grupo mediúnico, facilitando o trabalho dos falangeiros. A utilização desse
trabalho nas casas Umbandistas varia de acordo com a cultura do lugar, podemos
ter Curimbeiros que cantam e batem palmas ao invés dos tocadores de
instrumentos.
4. Estudantes e Palestrantes: Entendemos que toda Religião tem por obrigação que esclarecer
e ajudar o entendimento de pontos específicos que são inerentes á ela, os
estudos podem ser convertidos em palestras e exposições elucidativas que ajudam
no desenvolvimento do corpo mediúnico e consequentemente da assistência, que
comparecem regularmente nos terreiros de Umbanda. Podemos considerar seu
trabalho mediúnico também, pois, acreditamos que Guias e Mentores espirituais
em certos momentos os inspiram e sustentam tal tarefa. Os assuntos relacionados
á estudos e leituras podem ser inúmeros, desde que estejam dentro do contexto e
realidade da casa em que trabalham.
5. Colaboradores: Colaboradores são todas as pessoas que de alguma maneira
ajudam na manutenção e sustentação das casas, doando produtos como materiais
que os Terreiros necessitam, sejam eles doadores de velas, artigos de
tabacaria, bebidas, pembas, materiais de limpeza ou até produtos específicos
para festas e comemorações. Colaboradores podem ser também pessoas que realizam
trabalhos manuais, ou seja, ajudam na limpeza, organização do templo, reformas
em geral. Muitos podem pensar que isso não é trabalho mediúnico, porém se
pensarmos que estamos doando nosso tempo de graça ou fazendo algo que fará
parte de um conjunto, ou seja, sua colaboração faz parte de todo um trabalho
que também é mediúnico e ajuda pessoas de forma caritativa, então são todos
tarefeiros e médiuns.
6. Assistência e/ou Consulentes: Todas as pessoas que vão a terreiros e centros de Umbanda em
busca auxílio e passam por consultas e atendimentos são considerados médiuns
também, sem elas seria muito difícil fazer a “caridade” ou praticar a Umbanda,
essa assistência quando tem uma frequência regular e toma os banhos de ervas
receitados pelos Guias, firmam o Anjo da Guarda, evitam nos dias de trabalho
pelo menos, o uso do álcool, quando estão no terreiro ao rezarem e cantarem os
pontos elevam seus pensamentos, acabam diretamente por ajudar a corrente mediúnica colaborando com o
trabalho espiritual por meio de suas vibrações. Podemos então dizer que são
médiuns colaboradores, pois, de forma energética acrescentam e muito aos
trabalhos, além de receberem os fluidos, para sua própria evolução e
entendimento de suas vidas material e espiritual.
Para finalizarmos este estudo lembramos que a Umbanda tem em seu conceito ser inclusiva, onde todos sem distinção estão
inseridos em seu contexto sendo atuando direta ou indiretamente, ressaltando
que ninguém realiza nada sozinho e dependemos um dos outros em todos os
aspectos de nossas vidas. Mediunidade não é privilégio de ninguém muito menos
fardo ou obrigação, são faculdades ou especialidades que os humanos possuem,
para manter contato com seu mundo real ou sua primeira casa, com
responsabilidade e fé em Deus.