A história não é algo abstrato,
distante de nossa realidade. Ela acontece a todo o momento, sempre que nós,
seres humanos, provocamos o desencadeamento de eventos alternativos à realidade
existente e, quase que sempre nem percebemos as mudanças.
Como ciência, a História tem o dever de
investigar as diversas possibilidades sobre os fatos passados, mas, nunca,
determinar o completo fechamento das questões estudadas, tampouco, indicar a
verdade absoluta dos fatos, principalmente, porque a construção das narrativas
históricas são construções humanas, e os historiadores, os pesquisadores
responsáveis por "guardar" as memórias e acontecimentos.
Nossa proposta neste artigo é
apresentar uma periodização da história umbandista. Para tanto, as advertências
sobre narrativas deste tipo tornam-se imprescindíveis, não fazemos
apologia ao reducionismo histórico, porém, entendemos a Umbanda também como um
fenômeno social, inserida em contextos próprios que transformaram realidades
concretas. Por isso, as escolhas dos fatos que compõe este texto passam,
exclusivamente, pela ótica particularizada deste blog, não compreendem o ponto
final, tampouco, a ordem exata dos momentos. Apenas uma exposição sintetizada
que cumpre a função divulgadora. Apresentarmos cronologicamente este exposto,
representa apenas uma organização das ideias, a medida que nossos referenciais
são algumas obras históricas produzidas para proteger a memória de nossa
cultura. Porém, é nosso dever lembrar dos milhares de brasileiros anônimos que
não estão nas memórias dos livros como personalidades percussoras, mas,
desenvolveram com muita fé a Umbanda por todo o país.
LINHA DO TEMPO UMBANDISTA
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↳1908 -
Fundação da Umbanda: Advento, anunciação ou surgimento. A
adjetivação é o que menos importa. É considerado fato, por inúmeras pesquisas e
depoimentos que em 15 de Novembro de 1908, na cidade de Niterói - estado do Rio
de Janeiro - ocorreu o marco "fundador" da religião de Umbanda. O
jovem Zélio de Moraes incorporava o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) em uma
sessão de espiritismo kardecista e, após diversos protestos e reprimendas pelo
teor das abordagens da entidade manifestada, anunciou que no dia seguinte à
casa de seu "aparelho" fundaria um novo culto para dar voz a uma
grande parcela da espiritualidade renegada nos círculos espiritualistas
convencionais e então estabelecidos. No dia seguinte, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas (C7E) anunciou um conjunto de proposições que norteariam a recém
chegada "Umbanda" no plano terreno, batizando aquela casa de Tenda Espírita Nossa
Senhora da Piedade (TENSP). Na mesma noite manifestou-se também
o preto-velho "Pai Antonio", e logo na em sua primeira manifestação
incorporou elementos materiais característicos da religião: A Guia, toco ou
banco e o cachimbo.
↳1913 - Orixá
Malet: Entidade que se manifestou em Zélio
de Moraes, para atuar na linha de frente ao combate a magia negra. Trouxe
consigo a simbologia dos pontos riscados que identificavam as entidades
manifestadas. Introduziu as oferendas aos Orixás e a utilização animais
"vivos" para os trabalhos que desmanchavam magias.
↳A Expansão: É descrito
por Leal de Souza no livro "O Espiritismo, a Magia e as Sete
Linhas de Umbanda" publicado em 1933, que o "Chefe" -
como era chamado o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) - anunciou que havia
recebido a incumbência do astral superior para expandir a Umbanda com mais sete
"Tendas". O historiador Diamantino Fernandes Trindade , corrobora o
registro em seus livros que abordam a história da Umbanda. As novas tendas,
teriam a supervisão espiritual direta do (C7E), que prepararia e autorgaria os
médiuns designados à dirigência das tendas.
↳1918
- Primeira Tenda: "Tenda
Espírita Nossa Senhora da Conceição", fundada em 16 de Janeiro pela médium
Gabriela Soares que incorporava o Caboclo Sapoéba, com cofundação de Leal de
Souza;
↳1925
- Segunda Tenda: "Tenda
Espírita São Pedro", fundada em 5 de Março, com José Meirelles;
↳1927
- Terceira Tenda: "Tenda Espírita Nossa
Senhora da Guia", fundada em 8 de Setembro, por José Meirelles. Após seu
desencarne, foi assumida por Durval de Souza;
↳1933
- Quarta Tenda: "Tenda Espírita Santa
Bárbara", fundada em 27 de Junho, por João Aguiar que era médium do
Caboclo Corta Vento;
↳1935
- Quinta Tenda: " Tenda Espírita São Jorge",
fundada em 15 de Fevereiro, por João Severino médium do Caboclo Cobra Coral;
↳1935
- Sexta Tenda: "Tenda Espírita São
Jerônimo", fundada em 15 de Maio, com o Capitão José Alvares Pessoa que
era médium do Caboclo da Lua.
↳1939
- Sétima Tenda: "Tenda Espírita Oxalá",
fundada em 11 de Novembro, com Paulo Lavois;
↳1920 -1924-
Tenda Espírita Mirim: Em 1920, Benjamim Figueiredo médium do Caboclo Mirim
manifestando a entidade pela primeira vez, anunciou que os trabalhos em seu
núcleo familiar voltados à doutrina de Kardec seriam à partir de então,
trabalhos de Umbanda. Benjamim e o Caboclo Mirim iniciavam uma "nova"
corrente umbandista, a escola Iniciática. As diversas fontes consultadas,
indicam, marcos de fundação da Tenda Espírita Mirim em períodos distintos, ora
em 1920, ora em 1924. O livro "Memórias da Umbanda no Brasil" de
Ronaldo Linares e Diamantino Trindade discute a possibilidade dessa diferença
de quatro anos, como o intervalo entre a anunciação do Caboclo Mirim e a
preparação empreendida por Benjamim Figueiredo, inclusive, como membro da Tenda
Espírita Nossa Senhora da Piedade com Zélio de Moraes e o C7E.
↳1952
- Primado de Umbanda:Juntos, Caboclo e médium, fundaram
outras tendas, participaram ativamente de movimentos federativos, congressos e
em 1952 fundaram o "Primado de Umbanda", organização federativa que
baseava suas atividades em: Difundir a religião e seus ensinamentos; Promoção
de Formação Sacerdotal e Iniciática aos membros de terreiros filiados,
integrando-os à utilização da língua Nhêngatu hierarquizando
os graus de evolução espiritual contidos em sua filosofia. O legado do trabalho
de Benjamim e Cabolo Mirim continuam até os dias de hoje arregimentando
umbandistas por todo o país.
↳1925 -
Publicação do livro - No Mundo dos Espíritos: Leal de
Souza, o primeiro autor umbandista, publica o livro "No Mundo dos Espíritos" com os
textos/relatos de sua coluna "Inquérito" do jornal "A
Noite". Seu trabalho era relatar as visitas à tantos centros e terreiros
do Rio de Janeiro, a fim de investigar o grande fenômeno, denominado "mediunismo"
na capital federal. É um marco também para Umbanda, pois, é a primeira
publicação literária que diretamente faz referência ao trabalho de Zélio e do
C7E, conforme capítulo " O Centro Nossa Senhora da Piedade".
↳1933 -
Publicação do livro - O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda: Se em
meados da década de 1920, Leal de Souza, traz pelo seu inquérito do jornal
"A Noite" os relatos das visitas à inúmeros terreiros, em 1933, já
umbandista praticante frequentador da TENSP e à época, dirigente da Tenda
Espírita Nossa Senhora da Conceição, publica o primeiro livro de Umbanda. Era o
primeiro compendio de textos que desmistificava os conceitos e as práticas
umbandistas, significava o conceito das sete linhas de Umbanda tão debatido e
controverso até hoje. Um marco inovador, corajoso e transformador.
↳1930-1941-
Opressão política e organização de classe: A opressão
política e discriminatória era muito intensa na década 1930 - durante o governo
de Getúlio Vargas-, Diamantino Trindade em "História da Umbanda no
Brasil", nos refresca as discriminações, arbitrariedades e
intervenções que todas as religiões dentro do espectro de centros e terreiros
(Kardecistas, Macumbeiros, Umbandistas, Candomblezeiros e afins..).
Segundo Alexandre Cumino em " História da Umbanda", em
1939 Zélio de Moraes orientado pelo C7E, fundou a Federação Espírita de Umbanda
do Brasil (FEUB) com o objetivo de organizar a realização do 1º Congresso
Brasileiro do Espiritismo de Umbanda em 1941. Além disso, aglutinava todos os
terreiros filiados a TENSP congregando uma representação de classe
reivindicatória que se ajudariam mutuamente para legitimar a prática da
religião de Umbanda. Em 1940, a TENSP teve seu
↳1941 - 1º Congresso Brasileiro
do Espiritismo de Umbanda: Legitimar, organizar, oficializar
e desafricanizar eram as premissas básicas do movimento que idealizara o
Congresso. A Umbanda enquanto movimento ou entidade social se apresentava
dentro de uma organização básica, atendendo as imposições dos contextos sociais
e políticos da época que eram de extrema opressão. Assim, um conjunto de
conceitos era apresentado justificando a originalidade "espírita" da
Umbanda, entre eles, destacamos: Fundamentos históricos, filosóficos,
científicos, culturais, doutrinários, ritualísticos. E anunciava Jesus como seu
"chefe" supremo.
↳1947 -
FEUB para ser UEUB: A Federação Espírita de
Umbanda do Brasil (FEUB), passa a ser denominada União Espírita de Umbanda do
Brasil (UEUB)
que mesmo com muitas dificuldades, funciona até hoje.
↳1950
-Umbanda Omolokô: Tancredo da Silva Pinto (Tata Ti Inkice), conhecido por Tata Tancredo foi o principal nome do movimento Omolokô
sendo o responsável por coordenar toda a estrutura política pelos movimentos
federativos, quanto pelos doutrinários na condução de terreiros e publicações
de livros sobre a Umbanda Omolokô, em muitas fontes é tido como o
"Organizador do culto Omolokô". Defendia a origem e
fundamentação da Umbanda como herança de povos africanos de Angola do grupo
Luanda-Quiôco, para isso é dele a seguinte afirmativa reproduzida em tantos
veículos de informação que tratam da questão...“a Umbanda é africana, é um patrimônio da
raça negra”.Tata Tancredo fundou em 1950 a Confederação Umbandista do Brasil e viajou a
diversos estados auxiliando e incentivando a criação de instituições que
agregassem terreiros com fundamentações provenientes de cultos afro-brasileiros
praticados na Umbanda - clara oposição ao 1º Congresso Brasileiro do
Espiritismo de Umbanda-, era uma verdadeira frente de resistência pelos
fundamentos africanos na religião. Era também sacerdote e segundo o excelente
estudo publicado no blog Uniafro teve
mais de 3.566 "filhos de santo" iniciados. Outra característica
importante de Tata Tancredo, foi o legado bibliográfico deixado para o
movimento Omolokô e foram mais de 30(trinta) livros, alguns deles em parceria
com Byron Torres de Freitas.
↳1950-1954-
Umbanda Esotérica: Através de W.W. da Matta e Silva, também conhecido como
Mestre Yapacani, abriu-se um novo cenário doutrinário na Umbanda. Médium de Pai
Guiné, porém, anteriormente, de Pai Cândido, utilizou-se da escrita para
estabelecer o diálogo e chamar a atenção para o novo movimento - visto que
muitos, inclusive, seus seguidores, consideram este um dos três maiores
movimentos da história da Umbanda . Matta e Silva passou a escrever para
jornais e custeou seu primeiro livro (Umbanda de Todos Nós). Era um crítico
ferrenho do comércio religioso e de práticas que, segundo ele, não eram
compatíveis com a doutrina umbandista. Publicou ainda mais oito obras, escreveu
também o famoso texto " Sete Lágrimas de Pai Preto". A vertente
Esotérica continua em atividade, maiores referências, podem ser encontradas no
blog Mandala dos Orixás editado por Diamantino
Trindade, e pela instituição de ensino Faculdade de Teologia Umbandista
dirigida por Rivas Neto autor de livros importantes do
segmento.
↳1955 - T.U.L.E.F: Fundada
com o nome de "Tenda Nossa Senhora do Rosário" por conta das
perseguições sofridas, a T.U.L.E.F foi importantíssima na divulgação e
amplificação umbandista. Dirigida por Lilia Ribeiro, médium do Caboclo Mata
Virgem e pesquisadora sobre a Umbanda. Lilia, contribuiu para pesquisas
históricas em torno da história da religião, gravando
depoimentos e entrevistas com Zélio de Moraes.
↳1956-
Colegiado Espírita do Cruzeiro do Sul: A criação do
Colegiado aglutinou diversas lideranças de instituições e federações que
pertenciam à "Umbandas" distintas,de diferentes estados e, em certos
aspectos até rivais. A busca por legitimação e as disputas pela "doutrina
verdadeira", em certo momento, foi relativizada. O potencial político
dessa fusão era o principal objetivo, juntamente com a possibilidade da criação
de uma unidade nacional em prol da cultura umbandista. Desta fusão, surgiram
algumas iniciativas:
↳1961 -
2º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu entre
os dias 16 e 23 Julho na cidade do Rio de Janeiro no Estádio do Maracanãzinho.
A empreitada que contou com uma participação interestadual, não atingiu os
êxitos esperados em termos de uniformização doutrinária e ritualística. O ponto
mais positivo foi a conscientização de uma ampla frente social e política que
poderia unir e reivindicar os direitos sociais a todos, a medida que, a década
de 1960 é uma das mais importantes para a propagação da religião em todo país.
Obs.: A
partir destes eventos acima citados, entre 1956 e 1961, a Umbanda polarizou
outros eventos de igual teor. No estado de São Paulo, por exemplo, a partir da
criação Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo (SOUESP), entre as
décadas de 1960 e 1980, os paulistas, promoveram com abrangência estadual
congressos, seminários, publicações e tantos outros eventos que organizavam e
propunham várias idealizações "normativas" para a Umbanda. Outras
dezenas ou centenas de agremiações, associações e federações foram criadas
destas iniciativas.
↳1973 -
3º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu
entre os dias 15 e 21 de Julho, também na cidade do Rio de Janeiro, no Estádio
de São Januário. As tentativas seguiam em torno do debate sobre a doutrina e
ritualística comum a todos, porém, o evento foi mais importante em outros dois
aspectos. O consenso sobre a instituição do dia nacional da Umbanda (15 de
Novembro) e a apresentação oficial do Hino da Umbanda.
↳1960/61-
Hino da Umbanda: Letra de João Manoel Alves,
a música "Refletiu a Luz Divina", foi apresentado em 1961 no segundo
Congresso Nacional e, oficialmente adotado em todo o Brasil à partir do
terceiro Congresso Brasileiro em 1973. As observações sobre o hino estão bem
difundidas, sobretudo, pela internet, entretanto, alguns desencontros nas
informações poderão ser detectados. Em História da Umbanda no Brasil de
Diamantino Trindade, encontramos capítulos distintos sobre a questão, percebe-se
que o autor quando trata diretamente os aspectos históricos da música e de seu
autor, aponta o segundo Congresso como marco inicial e público da obra, ao
passo que, no capítulo exclusivo sobre os Congressos Nacionais, a menção faz
parte no resumo sobre o evento de 1973.
↳Luta contra
a Intolerância: Não é novidade que a hegemonia católica
no Brasil desde os tempos da colonia, influenciou e muitas vezes incorporou o
imaginário popular contra outras culturas religiosas, sobretudo, ameríndias,
afro-brasileiras e espíritas. Além da cultura, os bastidores de grandes
corporações sempre tiveram atuação nos meios políticos, assim, consolidavam
ainda mais suas estratégias de consolidação. Nas primeiras décadas da história
umbandista, as hostilidades e perseguições tiveram como protagonista a Igreja
Católica. Hoje podemos inferir que os maiores difamadores estão em outros
nichos do cristianismo, entretanto, a verdade é que em diversos setores
principalmente os mais tradicionais e conservadores, ainda encontram
dificuldades de pelo menos tolerar a religiosidade alheia. Aqui, com base em
nossas pesquisas, listaremos as publicações que ao longo de décadas serviram
para disseminar a intolerância contra a Umbanda:
- Diretor da Campanha Nacional contra Heresia
Espirita, o Frei Boaventura Kloppenburg publicou: Por que a Igreja condenou o Espiritismo 1953; Posição Católica perante a Umbanda em 1954 (estudo 01); Umbanda no Brasil 1961 (est. 02).
- No lado dos evangélicos, entre as
deliberadas propagandas veículadas hoje na TV, rádio e internet, sem
contar os meios bastidores políticos, destacamos a obra citada por
Diamantino Trindade na série História da Umbanda no Brasil: Pastor
Jefferson Magno da Costa escreve em 1987 "Porque Deus condena o Espiritismo".
Em 1997 Edir Macedo publicou "Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou
Demônios?".
↳Umbanda/
Jornais e Revistas : O advento da internet e o sucesso das
redes sociais foram ferramentas impulsionadoras para a democratização das
informações relacionadas à Umbanda. Hoje, não há, pelo menos não vemos a
possibilidade, de contabilizarmos a quantidade de jornais online e físicos,
blogs, rádios, canais de vídeos e sites de cursos online elaborados por
umbandistas. Todavia, se considerarmos e nos concentrarmos em estudar as
produções periódicas encontraremos diversas referências. Porém,
contextualizando que a abrangência era regionalizada, fruto muito das vezes, de
iniciativas caseiras, das federações e associações que pouco a pouco foram se
aglutinando. Aqui, não consideraremos as publicações literárias, tampouco, as
publicações jornalísticas feitas por mídias de fora da umbanda, neste caso,
interessa-nos listar, algumas das referências jornalísticas
produzidas por iniciativas dos umbandista ligados ao seu movimento . Os volumes
da "História da Umbanda no Brasil" de Diamantino Trindade e
"História da Umbanda" de Alexandre Cumino, destacam algumas
referências.
- Jornal de Umbanda - 1947
- Boletim "A Caridade" - 1956
- Macaia - 1965.
- Revista "Gira de Umbanda" - 1972.
- Umbanda em Revista - 1973.
- Mundo de Umbanda - 1974.
- Umbanda em Revista - 1974.
- Aruanda - 1975
- Tribuna Umbandista - 1976
- Jornal de Umbanda Sagrada - 1999.
- Jornal Aldeia de Caboclos - 2000.
- Revista Espirita de Umbanda.
↳Salve a
Rainha do Mar ! - Festejos à Iemanjá. Décadas de 1970/80: Eventos
não organizados institucionalmente por meios federativos abriram o caminho,
ainda na década de 1950, para a estabelecimento oficial dos festejas à Iemanjá
a partir de 1969 em Praia Grande - SP. É um marco na participação umbandista em
eventos públicos. Jornais, revistas e depoimentos informam números
impressionantes, em 1975, por exemplo, a cidade de Praia Grande recebeu
trezentas mil pessoas (300.000). Apesar do ápice ter sido alcançado na década
de 1970, os meados de 1980 reuniram quantidades significativas de adeptos. Até
os dias de hoje a tradição permanece no estado de São Paulo, entretanto,
descentralizada, com abrangência a outras cidades do litoral paulista e com
números bem mais singelos.
↳Décadas de 80/90: Em diversas fontes, por argumentos variados,as décadas de 1980 e 1990 são apresentadas como períodos de "esvaziamento" na Umbanda. Os umbandistas eram convertidos a outros meios e deixavam seus terreiros. Alguns aspectos internos que poderiam explicar esse movimento seriam: desorganização associativa ou federativa, marginalização dos cultos (e aqui registramos as alegações dos movimentos que defendem a "normatização" litúrgica" e doutrinária da religião). Noutra ponta está o vertiginoso crescimento dos neopentecostais que, com a espetacularização midiática do discurso do ódio e da intolerância teriam, também, colaborado para desmoralização da Umbanda. A retomada da religião no fim deste período, esclarece Alexandre Cumino em - História da Umbanda um Religião Brasileira - ter sido fruto da cultura de informação através da revolução tecnológica, onde, a internet protagoniza o combate à cultura de intolerância reorganizando e segmentando novos modelos de umbandistas.
↳1990/2000
-Literatura Psicografada: A literatura de Umbanda psicografada
ganha novo status e aumenta consideravelmente, ajudando, assim, esse período
que muitos chamam de "reconstrução" social. Em certa medida,
sobretudo, pelo senso comum, esse parece ter sido um período de inauguração da
literatura de Umbanda, o que não é certo, a história de nossa literatura é
extensa e data os primórdios da religião. O que temos aqui, talvez, seja a
popularização do segmento psicográfico. Hoje esse tipo de publicação é cada vez
mais comum, porém, podemos dizer que as maiores referências dentro da Umbanda
ainda nesta fase são; Rubens Saraceni (Organizador do movimento conhecido como
Umbanda Sagrada ) e Norberto Peixoto (Médium de Ramatís).
↳2008 - Centenário: As comemorações abrangeram vários estados, Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas eram ou são até hoje os maiores homenageados, pela imensa gratidão e respeito que todos os umbandistas nutrem pelo advento de 1908. A redemocratização do Estado brasileiro que promulgou em 1988 nossa Constituição, balizou em termos jurídicos e políticos a efetiva legitimação da Umbanda, assim, neste 2008, Ela ganhou homenagens menções honrosas em diversas cidades do país através de suas casas legislativas. Viva a Umbanda! Viva o Brasil!
↳Instituição do Dia Nacional da Umbanda: Em 16 de Maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff, decretou e sancionou a Lei nº 12.644 instituindo dia 15 de Novembro como data oficial da Umbanda no Brasil.
Sites consultados:
Livros de referência:
História da Umbanda uma Religião Brasileira - Alexandre Cumino.
História da Umbanda no
Brasil- Diamantino Trindade (Vols. 1, 2 e 3).
Memórias da Umbanda no Brasil - Ronaldo
Linares e Diamantino Trindade.
Antonio Eliezer Leal de Souza - O
primeiro escritor da Umbanda- Diamantino Trindade.
No Mundo dos Espíritos - Leal de Souza.
O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas
de Umbanda - Leal de Souza. José Henrique Motta de Oliveira