Olá amigos e leitores!
É com grande alegria que anunciamos mais um Diálogo com Autores, coluna que foi bem recebida pelos produtores de conteúdos espiritualistas e umbandistas e que só tem a crescer cada vez mais, nosso convidado da vez é o médium, sacerdote e escritor André Cozta.
Gaúcho de Porto Alegre, seu envolvimento com a Umbanda acontece desde a infância, pois, seu pai foi feito no terreiro "Casa de Pai Thomé e Ogum Beira Mar" de seu avô, era dirigente em um terreiro nos fundos de sua casa. Sacerdote de Umbanda Sagrada (corrente umbandista com referências ao trabalho do sacerdote e escritor Rubens Saraceni), reside no estado do Rio de Janeiro, onde, além de atuar nos trabalhos, dedica-se ao exercício de escrita e à prática da "Magia Divina",como "Mago Iniciador", já abriu 20 dos mais de 30 graus deixados pelo seu Mestre Rubens Saraceni, pelo Colégio Tradição de Magia Divina.
Dos livros cortesias que recebemos do autor, o "Anfitrião do Campo-Santo" foi o escolhido para subsidiar nosso bate-papo, visto que, a temática da linha de esquerda na Umbanda ainda suscita muita discussão e, sobretudo, polêmica e preconceitos. Infelizmente!
O leitor ao mergulhar nas histórias narradas pelo "Guardião Exú-Caveira", poderá ter uma pequena noção de como atuam esses espíritos tão incompreendidos. Com linguagem simples e objetiva, é sem duvidas, mais uma obra que ajuda a desmistificar o trabalho dos Exús de Umbanda, mas, em certos aspectos, pode levantar discussões polêmicas. Portanto, se você busca uma opção de leitura desta fração do universo da Umbanda, porém, sem o peso conceitual dos livros doutrinários e teológicos, "Anfitrião do Campo-Santo" pode ser uma alternativa...
Sobre algumas curiosidades da obra e, outros assuntos de interesse geral da comunidade umbandista, convidamos todos vocês para conferirem na sequência nosso Diálogo de número 04 !
Registrem suas opiniões e comentários em nosso espaço!
Gaúcho de Porto Alegre, seu envolvimento com a Umbanda acontece desde a infância, pois, seu pai foi feito no terreiro "Casa de Pai Thomé e Ogum Beira Mar" de seu avô, era dirigente em um terreiro nos fundos de sua casa. Sacerdote de Umbanda Sagrada (corrente umbandista com referências ao trabalho do sacerdote e escritor Rubens Saraceni), reside no estado do Rio de Janeiro, onde, além de atuar nos trabalhos, dedica-se ao exercício de escrita e à prática da "Magia Divina",como "Mago Iniciador", já abriu 20 dos mais de 30 graus deixados pelo seu Mestre Rubens Saraceni, pelo Colégio Tradição de Magia Divina.
Dos livros cortesias que recebemos do autor, o "Anfitrião do Campo-Santo" foi o escolhido para subsidiar nosso bate-papo, visto que, a temática da linha de esquerda na Umbanda ainda suscita muita discussão e, sobretudo, polêmica e preconceitos. Infelizmente!
O leitor ao mergulhar nas histórias narradas pelo "Guardião Exú-Caveira", poderá ter uma pequena noção de como atuam esses espíritos tão incompreendidos. Com linguagem simples e objetiva, é sem duvidas, mais uma obra que ajuda a desmistificar o trabalho dos Exús de Umbanda, mas, em certos aspectos, pode levantar discussões polêmicas. Portanto, se você busca uma opção de leitura desta fração do universo da Umbanda, porém, sem o peso conceitual dos livros doutrinários e teológicos, "Anfitrião do Campo-Santo" pode ser uma alternativa...
Sobre algumas curiosidades da obra e, outros assuntos de interesse geral da comunidade umbandista, convidamos todos vocês para conferirem na sequência nosso Diálogo de número 04 !
Registrem suas opiniões e comentários em nosso espaço!
Blog N.M.U- Conte-nos um pouco, como começaram suas
atividades na seara umbandista. Quais “funções” desenvolve hoje dentro do
grupamento que participa?
André- Na verdade, a Umbanda se confunde com meu
crescimento enquanto indivíduo, pois, meu pai tinha um terreiro nos fundos da
casa onde residíamos, em Porto Alegre, nos idos dos anos 70. Cresci vendo
Orixás, guias espirituais atuarem, nas noites de sábado, semanalmente. Hoje,
sou Sacerdote Umbandista formado e iniciado por Mãe Maria de Fátima Saraceni e
atuo como sacerdote por intermédio da linha do Conhecimento (já residindo no
Rio de Janeiro há quinze anos), pois, entendemos que por outra via a Umbanda
não conseguirá seguir à frente.
Blog N.M.U- Sobre seus livros. Poderia compartilhar mais
informações...
André- Claro, vamos lá...
a) Quando decidiu escrever?
André- A escrita está no meu gosto pessoal desde a infância. Já era médium de
incorporação, em 2008, quando comecei a escrever um conto chamado "O Anjo
Mulher". Depois deste, vieram outros, que compõem hoje a obra "Contos
D'Aruanda- e algumas mensagens de fé, paz e evolução", publicada pela
Madras Editora. Foi o primeiro livro que escrevi e o terceiro (dois oito já
publicados) a ser lançado.
Durante este processo, percebi que havia algo diferente na minha escrita
e, no meio do caminho, fui informado por Pai Thomé do Congo que estava
psicografando.
b) Quais foram suas principais motivações?
André- A possibilidade de servir à Deus por intermédio da Umbanda trazendo um
pouco mais de conhecimento para os irmãos umbandistas. Conhecimento este que é
transmitido por nossos mestres espirituais, do qual sou, apenas e simplesmente,
um redator de mensagens.
c)Como se desenvolve o processo de produção? Por
quanto tempo pesquisa, ou pesquisou?
André- Bem, para algumas obras, os mestres me exigiram fazer algumas pesquisas,
para que elas pudessem fluir. Mas a base de tudo, sob orientação deles, foi
estudar as obras, o método, a teologia e a filosofia do Mestre Rubens Saraceni.
Para nós, a renovação umbandista veio por intermédio deste Sacerdote.
Hoje, estudo Filosofia e Sociologia e já temos novos trabalhos nesta
área, onde a Umbanda é mostrada como uma Escola Evolutiva, uma Filosofia de
Vida presente em nossa sociedade e no cotidiano de cada um de nós.
d) Já psicografou?
André- Nossos oito livros já publicados são todos psicografados.
e) Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas no processo? Há
espaço para o escritor de Umbanda no meio editorial?
André- Acho que a dificuldade que um umbandista enfrente em qualquer campo, em
nosso meio social, é o preconceito, a maior erva daninha desta nossa sociedade.
Mas nós lutamos contra ele como quem quer exterminar uma praga, pela via do
conhecimento e do estudo. Não há, para nós, outra forma de afirmar a Umbanda.
Há sim espaço para escritores umbandistas no meio editorial e isto vem se
mostrando com o crescimento rápido de obras umbandistas nas prateleiras das
livrarias. Destaco, neste processo, como fundamental, a coragem da Madras
Editora em publicar livros de Umbanda. Isto tem impulsionado outros autores e
editoras a seguirem esta trilha.
f) Acha positivo para o movimento religioso
afro-brasileiro e espiritualista que tenhamos mais escritores, pesquisadores,
blogueiros e produtores de conteúdos diversos? Quais conselhos daria,
caso fosse procurado, por algum destes, interessados em publicar livros e
outros materiais sobre a religião?
André- Muito mais do que positivo... fundamental!!!
Se fosse procurado, aconselharia a persistir, seguir em frente e superar
toda e qualquer vicissitude.
Blog N.M.U- Seu livro “O Anfitrião do Campo-Santo”, traz
à luz o importantíssimo trabalho dos Exús para a dinâmica do trabalho
umbandista, como atuam e sustentam médiuns e grupamentos na busca de fazer
cumprir as proposituras iniciadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que é a
caridade espiritual incondicional. Em sua opinião, atualmente, quais são os
aspectos que mais deturpam a imagem dos Exús? Partem de dentro ou fora dos
meios umbandistas ?
André- Voltamos ao preconceito!
Tenho percebido que o movimento ocorre, concomitantemente, de fora para
dentro e de dentro para fora da religião.
Há um forte preconceito em nossa sociedade em relação à Umbanda, por
conta de sua origem humilde, simples e popular. A Umbanda é simples e complexa
ao mesmo tempo. Simples em suas práticas e complexa (entendamos esta
complexidade como profundidade) em seus fundamentos teológicos, filosóficos e
científicos.
Mas há um preconceito interno e equivocado por parte dos próprios
umbandistas, quando, manifestando o pouco conhecimento que possuem sobre sua
religião, reverberam e cristalizam o que ocorre lá fora.
Blog N.M.U- Outro ponto observado em seu livro, são
conceitos que fazem parte, sobretudo, do universo da Umbanda Sagrada quando a
temática dos “guardiões” é abordada, que foi preconizada por Rubens Saraceni em
sua quantitativa obra bibliográfica. Quais aspectos desta formação ajudaram a
compor esta obra?
André- Com respeito à toda e qualquer linha de pensamento dentro da nossa
religião (e penso que elas, de forma plural e diversa, devem existir), temos no
Mestre Rubens Saraceni a linha mestra de condução da Umbanda a partir do Século
XXI. Nossa religião precisa caminhar calcada na Ciência Divina, que sempre se
manifestou nos terreiros e, recentemente, veio esmiuçada por este Sacerdote,
trazendo-nos estes ensinamentos de Mestres da Luz (especialmente, Pai Benedito
de Aruanda e Mestre Seiman Hamiser Yê- um Sr. Ogum Megê Sete Espadas da Lei e
da Vida).
A série de romances psicografadas por este senhor, que traz em si relatos
de histórias de exus guardiões, é fundamental para a quebra dos preconceitos
dos quais tanto falamos. As obras "Orixá Exu- Fundamentação do Mistério
Exu na Umbanda", "Livro de Exu", "Orixá Pombagira" e
"Orixá Exu Mirim", todas publicadas pela Madras Editora, trazem um
conhecimento fundamental até então velado, mas que, se percebêssemos as nuances
nos trabalhos e ensinamentos dos guias espirituais no primeiro século da
Umbanda, os identificaríamos facilmente.
Este autor provocou, provoca e ainda provocará muitos ranços dentro do
meio umbandista, porque, infelizmente, alguns dos nossos irmãos, ainda preferem
buscar em outras denominações filosófico-religiosas, os fundamentos para a
Umbanda que, em verdade, tem os seus próprios.
Blog N.M.U- Ainda no livro, são relatadas algumas
histórias onde espíritos caídos conseguem com todos seus méritos galgar
patamares de agentes executores da lei, porém, para que cheguem a trabalhar nas
conduções de médiuns e terreiros, devem abdicar de seu livre arbítrio, entre
outras condições. Esse processo acontece com outros espíritos fora das faixas
energéticas da esquerda?
André- Acreditamos que o processo evolutivo do espírito humano, seja qual for,
se encaminha para isto, em um tempo maior ou menor, mas, no tempo de cada um.
Afinal, se eu consigo entregar-me completamente a Deus, o livre-arbítrio ainda
se faz necessário? Alguns arrepiarão os cabelos com esta minha colocação, mas,
ainda assim insisto: se estou plenamente em Deus e Ele/Ela plenamente em mim, o
que mais devo escolher?
Blog N.M.U- Mas levando-se em consideração as diferentes
maneiras e ritos presentes nas manifestações umbandistas, geralmente
fruto da formação cultural de seu dirigente e das entidades “Dirigentes”, como
você enxerga essa realidade de múltiplas facetas tão própria da Umbanda? É a
favor que se padronize os cultos de Umbanda, como já tentaram algumas correntes
dentro do movimento?
André- Considero isto uma perda de tempo! Com meu respeito à toda e qualquer
opinião. Devemos pensar teologicamente, filosoficamente, sociologicamente e
antropologicamente até, como um movimento unitário, mas diverso.
Os guias espirituais, em suas jornadas, trazem em suas bagagens
evolutivas, muitas formas e ensinamentos que só podem enriquecer o trabalho
umbandista. Devemos avançar além da ritualística (que é própria de cada casa)
para a compreensão da Ciência Divina. A Umbanda reproduz e manifesta esta
Ciência. Retiremos os véus que nos são colocados por meio da mitologia e, por
trás deles, lá encontraremos uma Ciência Divina libertadora e expansora dos
seres e consciências no rumo da Sabedoria.
Blog N.M.U- O movimento umbandista na atualidade tem
sofrido muitas mudanças, fruto das alterações socioculturais a que estamos
submetidos. Recentemente, publicamos aqui no blog, através de nosso editor, um
texto sobre a “Escolarização da Umbanda”, onde aspectos positivos e negativos
da cultura de informação através de cursos “online”, possam possibilitar uma
formação umbandista aos simpatizantes e leigos, além de promoverem formação
Sacerdotal. Quais suas opiniões sobre o assunto?
André- Não podemos dar as costas ao Conhecimento! É fundamental na vida. A
prática deve ter conhecimento teórico como base. E nenhuma teoria se fundamenta
sem uma prática posterior.
Vivemos em um país onde o estudo é escrachado e ridicularizado. As
pessoas não gostam de estudar e isto se reflete também no trabalho religioso. A
máxima que diz: "meu guia sabe tudo, eu não sei de nada" é, em si,
uma perpetuação da acomodação e da ignorância. Os guias espirituais trabalham
em prol da nossa evolução individual para que a evolução do Todo ocorra de
forma plena.
Então, o guia trabalha e você desencarna sem levar daqui nada a mais?
Eles trabalham para que nós evoluamos! É isto!
Com relação aos cursos, sejam virtuais ou presenciais, penso que devem
trazer algo mais. Ritual pela internet ou em qualquer curso presencial, pouco
acrescenta. Mas Ciência acrescenta, com toda certeza! Por que não temos Escolas
de Filosofia, de Antropologia, de Sociologia umbandistas? Por que não temos
ensino básico umbandista ou, escolas básicas, de primeiro e segundo graus
umbandistas para crianças e adolescentes? Por que outras religiões conseguem
disseminar suas ideias pelo conhecimento em escolas e universidades? Por que
são organizados e sabem trabalhar em prol de um ideal.
A formação sacerdotal, preparando o candidato a sacerdote em seu aspecto
iniciático, por si só, é válida? Sim, porque os Sagrados Orixás imantam e
preparam, reconhecendo aquele(a) como um(a) sacerdote(isa) umbandista. E a
teoria? Esta expande a mente do sacerdote por intermédio de um conhecimento
libertador. Teoria e prática, prática e teoria se complementam o tempo todo. E
devem fundamentar nosso trabalho umbandista.
Volto a falar em ranço, de algumas pessoas que questionam o fato de o
sacerdote ou sacerdotisa terem diploma ou certificado. Saibam, irmãos, estes,
receberam sim muita carga teórica, mas passaram por um processo iniciático
profundo, desconhecido por quem critica.
Infelizmente, algumas pessoas em nosso país, tornam-se raivosas se
levadas a conjugar o verbo "estudar".
Blog N.M.U- Através do blog, desenvolvemos também, um
artigo sobre “indicações literárias para umbandistas iniciantes”, onde
dividimos as obras por categorias, além de prezarmos, sobretudo, as publicações
entendidas como as de “dentro” da religião. Para os leitores que nos
acompanham, poderia nos indicar uma lista de 10 (dez) livros fundamentais para
conhecermos a História, Doutrina e cultura de Umbanda?
André- Vamos lá:
1) Umbanda Sagrada- Rubens Saraceni
2) As Sete Linhas de Umbanda- Rubens Saraceni
3) O Guardião da Meia Noite- Rubens Saraceni
4) O Guardião das Sete Encruzilhadas- Rubens Saraceni
5) Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada- Rubens Saraceni
5) Gênese Divina de Umbanda Sagrada- Rubens Saraceni
6) Tratado Geral de Umbanda- Rubens Saraceni
7) Fundamentos Doutrinários de Umbanda- Rubens Saraceni
8) Rituais Umbandistas: Oferendas, Firmezas e Assentamentos- Rubens
Saraceni
9) Os Guias Espirituais da Umbanda e seus Atendimentos- Lurdes de Campos
Vieira
10) História da Umbanda- Alexandre Cumino
Após a leitura destes, se vale a indicação de um décimo primeiro e
fundamental, indico "Código de Umbanda", também de Rubens Saraceni.
Este vem para selar um conhecimento científico, hoje, mais do que fundamental
para a formação do umbandista.
Todos os livros indicados foram publicados pela Madras Editora www.madras.com.br.
Blog N.M.U- Há algum livro ou autor que não aconselha a
leitura ? Se sim, porquê?
André- Não me vejo em condições de fazer isto. Penso que as pessoas devem sempre
ter o direito à livre escolha.
Blog N.M.U- Agradecemos a oportunidade de proporcionar ao blog e aos seus leitores a possibilidade de entendermos mais aspectos que fazem umbandistas como você e, outros por todo o país, pesquisarem e escreverem sobre a religião. Neste
último momento, oferecemos espaço sem qualquer limitação, para deixar aqui um
registro aos nossos simpáticos e amigos leitores...
André- Que os umbandistas busquem no conhecimento claro e límpido, as respostas
para seus questionamentos, o entendimento para o verdadeiro fundamento e
verdadeira função deste movimento filosófico, social e religioso denominado
Umbanda entre os humanos encarnados e para a Criação de Deus como um todo. Que,
a partir deste conhecimento, todos os vícios ainda presentes na nossa prática
possam ser dissipados. E que a Umbanda possa ser, em cada um de nós, uma Escola
Evolutiva, uma Filosofia de Vida, de Fé e Amor que habite nossos corações não
somente nos terreiros, nas engiras, mas no dia a dia, cada vez mais, com
Conhecimento Expansor, Equilíbrio e Ordenação, Evolução sadia com Sabedoria e
Geração de Vida, pois, vida se gera o tempo todo, todos os dias, a cada
instante, a cada pulsar dos nossos corações, bem como, do coração do planeta e
do coração divino.
Que a pulsação divina, a respiração de Deus, nosso Pai Criador e Mãe
Geradora, nos banhe o tempo inteiro com seus eflúvios libertadores. Que a
Umbanda seja o veículo que nos leva de volta à nossa Origem.