domingo, 3 de julho de 2016

Guias de Umbanda, quem são?



Olá amigos e leitores.

Conforme anunciamos em postagem anterior, Novidades em Julho, nossa nova série de 'textos estudos" proposta naquela oportunidade, acaba de ser iniciada, abordaremos a questão dos Guias Espirituais que formam as linhas de trabalho da Umbanda. 
Sabemos quanto o tema já foi pesquisado, discutido e publicado,  portanto, não temos qualquer intenção de formular novos conceitos ou criticar qualquer um dos já conhecidos, nosso maior compromisso é tentar buscar uma concepção que caracterize de maneira mais ampla, explicações de quem realmente são essas inteligencias espirituais e quais seus principais propósitos dentro da atividade missionária nos terreiros de Umbanda.
De maneira aleatória, selecionamos algumas referencias da literatura especializada acerca das visões que alguns escritores apresentaram sobre a questão. 
Esperamos de verdade, desta maneira, contribuir para o entendimento desmistificado e anti tendencioso que possam existir em nosso meio. Reiteramos, estarmos sempre à disposição para recebermos críticas construtivas, sugestões e opiniões diversas, leia nosso exposto e não deixe de nos escrever!

GUIAS DE UMBANDA

Não é função deste texto debater a abrangência e legitimidade que a religião de Umbanda tem na formação das correntes espíritas e espiritualistas, pelo menos quando tratamos destas questões no Brasil, esse é um fato já assentado sob bases teóricas, mesmo que não aceita por uma pequena parte dos defensores de vertentes que julguem praticar o mais "puro" e "cristalino" trabalho espírita. 
Lembramos isso, uma vez que, todas as práticas religiosas que admitem a existência de planos e mundos paralelos ou espirituais, que produzem ritos, liturgias, cultos ou cerimônias assumindo estarem sob a orientação direta de seres extracorpóreos, mais conhecidos como espíritos, são invariavelmente espíritas, creem em espíritos, que conforme o dicionário Aurélio podemos entender que são: 
[Do lat. spiritu.] Substantivo masculino. A parte imaterial do ser humano; alma (por oposição ao corpo); alma.
Portanto na Umbanda os chamados Guias ou Entidades, são seres espirituais de modo geral, com compromissos diretos ligados ao movimento, e que estão quase sempre em condições, níveis e desenvolvimento moral, além do discernimento  espiritual bem similares com aqueles que são os seus assistidos. Em outras palavras, esse movimento ocorre com a regência da lei dos afins.  
Realizam seus trabalhos, basicamente, através da ostensiva atividade de incorporação mediúnica dos encarnados. 
As linhas e falanges de trabalhos (exercícios mediúnicos de terreiro) são formadas por espíritos desencarnados que tiveram, ou não, em encarnações passadas, a forma de vida com que se apresentam dentro do culto. Pode ser que não tenham exatamente vivido na terra como um Índio ou Caboclo, ou até mesmo como um escravo africano, porém trazem conhecimentos afins com as determinadas falanges de trabalho, assim credenciando-os á pertencerem a determinadas faixas de atuações. 
Genericamente essas linhas são apresentadas como, Pretos-Velhos, Caboclos, Marinheiros, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Crianças ou Erês, Malandros, Exús e Pomba Giras.
Podemos dizer que essas entidades, quando militam na Umbanda, trazem métodos de trabalho dos mais variados, realizam magias, feitiçarias, desmanches de magia negativas, além de realizarem interessante conscientização universal encaminhando as pessoas para a mudança de hábitos e formas de pensamento, despertando as consciências mesmo que de maneira tranquila e lenta para os nossos padrões, sobre a  realidade do espírito.
São grandes manipuladores de energias, por isso, em suas atuações é comum vermos, os cachimbos, charutos, cigarros de palha, alguns utilizam pequenas porções de vinhos, água ardente, cervejas, whisky, pois esses elementos são de origem vegetal dos quais extraem e manipulam suas essências, a fim de realizarem limpezas energéticas em seus consulentes. Muitos confundem essas manipulações, com consumo descabido e desenfreado de bebidas e fumos, para isso pensamos que, onde é realizado um trabalho comprometido com o socorro ao próximo e com a assistência espiritual de nível minimamente respeitável, dificilmente teremos essa infeliz concepção.
Não podemos deixar de registrar que suas atividades estão diretamente ligadas aos Orixás, em muitas interpretações são os Guias os próprios mensageiros e executores da energia primária contidas na essência das forças naturais, ou como vemos em outros casos, são capacitados para despertar o movimento energético necessário ao determinado trabalho que realizam.
Lembremos que esses são espíritos de forma humana, e assim como nós, estão em busca de evolução espiritual no cumprimento de suas missões, possuem uma visão de mundo tanto material como  espiritual diferenciada ou alargada da nossa, simplesmente pelo fato de não estarem na matéria física, tendo como objetivo principal o auxílio de pessoas encarnadas. 

Algumas Referências:

No livro, O que é Umbanda, da editora Eco publicado na década de 1970, Cavalcanti Bandeira, explica no capítulo que trata a questão espírita e mediúnica ligada à Umbanda, o seguinte referente a existência dos Guias espirituais: Todavia ainda que todos os tipos de mediunidade possam ser encontrados na Umbanda, abrangendo, ao mesmo tempo, efeitos físicos e intelectuais, indo desde os pressentimentos até a "descarga" de vibrações deletérias, desde a mediunidade motora até a mediunidade de cura, a forma através da qual se expressa, com muita constância, este mediunismo é a denominada de incorporação e se revela por manifestações dos Orixás, Espíritos-Guias, Caboclos, Pretos-Velhos, "Crianças" e Exus.
Ainda utilizando os escritos de Bandeira,do referido livro, no capítulo denominado "Em que acreditamos?", ressaltamos aqui os pontos 1 e 2, dos dez listados como conceitos de bases da fé umbandista: 2. Na Crença de Entidades Espirituais, em Plano Superior de Evolução, Os Orixás e Santos, chefiando falanges; 3. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás e Santos, ainda em evolução, pois se acham em planos médios.   

O "Dicionário da Umbanda", organizado por Altair Pinto, publicado pela editora Eco também à década de 1970, propunha a seguinte definição para o verbete intitulado "Guias Protetores": Os guias espirituais são aqueles que acompanham e orientam os médiuns nos seus trabalhos...